Na
noite escura, clareada pela luz das lampadas da rua, ouço ruidos,
gritos, sei lá o que são.
Ouço
quero-queros cantando com seus gritos estéricos.
São
duas da madrugada e não tenho sono,
resolvo
escrever, mas palavras não me veem a cabeça,
então,
deito minha cabeça no travesseiro, tentando esperar o sono,
mas,
mesmo assim não consigo dormir.
Penso
em coisas inexistentes, coisas que podem estar acontecendo nesse
momento,
mas
que são somente coisas!
Derrepente
ouço um barulho dentro de casa,
o
que pode ser?
Talvez
alguém que levantou para beber um copo de água?
Talvez
um inseto voando livremente até se chocar com uma lâmpada?
Um
ladrão?
Pode
ser qualquer coisa que possa ser deixada de lado agora.
Derrepente
sinto meus olhos fechando.
Será
que é o sono, ou apenas o cansaço dos olhos, que ficaram o dia todo
abertos.
Bossejos
repentinos, mas nada do sono ainda.
Tenho
vontade de me levantar, abrir a porta da frente e sair dar uma volta,
mas
o que irão achar de uma pessoa andando a esta hora sozinha na rua, e
ainda de pijama.
Tenho
vontade de entrar em uma piscina de água quente.
Tenho
muitas vontades que não podem ser atendidas, já que é tarde da
noite.
Uma
cidade inteira dorme, enquanto outras permanecem acordadas, vinte e
quatro horas por dia!
Talvez
essa noite sem dormir não seja nada, mas amanhã quando eu pôr
minha cabeça no travesseiro, certamente irei pensar que na noite
passada não pude dormir, já que a insônia não me deixá-ra
dormir.
Andrey Pereira
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